segunda-feira, 16 de maio de 2011

A história não é bem essa

Nascer, crescer, estudar, depois trabalhar, aí arranjar um bom companheiro(a) pra se casar e constituir família e ainda ser feliz pra sempre...
Todo mundo concorda?
Hum...que pena! Sinto muito decepcioná-los, mas o “felizes para sempre” não é como os contos de fadas te contaram. Nessas belas e românticas historinhas não tem um “príncipe” roncando no seu ouvido enquanto você super cansada tenta dormir, não tem roupas, calçados e toalhas espalhadas pela casa que você arduamente acabou de arrumar, não tem aquele sonoro: O que tem pra comer aí hoje? Depois de você acabar de chegar do trabalho.

Não tem aquele preguiçoso a quem você pede uma ajudinha e ele diz: Ah! Tô de folga hoje! Deixa pra depois(que engraçado, você também, ou melhor, devia estar né)...
Na historinha não tem aquele folgado pedindo pra você colocar a comida no prato e trazer até ele na sala, em frente a televisão. Não tem um príncipe mimado te comparando com a mãe dele(Conta tudo pra sua mãe Kiko), não mostra quantas vezes você tentou fazer a necessária e maldita DR pra acertar as coisas e ele cagou pra você.

Nessas emocionantes histórias não costuma se mostrar quanto o universo de duas pessoas mesmo se amando muito pode ser tão diferente e tão difícil de se acertar, se encaixar, de se respeitar e aceitar também. As vezes só um tenta, as vezes os dois tentam, cada um a seu modo, e as vezes ninguém quer mais tentar.

Você teve uma criação dinâmica, mais independente. Ele sempre foi mimado e não sabe como se virar. Você pensa em continuar estudando, crescer, progredir. Ele(a) não vê a hora de ter filhos(alguém falou em filhos? Não posso nem ouvir falar essa palavra,rs).
Você quer curtir seus amigos e ele tem ciúmes disso, mas não deixa de sair com os dele. Você quer liberdade de fazer suas coisas e de ser como é, ele te reprova, quer que mude e seja quem você não é.

Você ainda quer romantismo, jantar a luz de velas (Ops! O que é isso mesmo?), receber buquê de flores, encontrar bilhetes escondido, receber surpresas em um dia qualquer, fazer uma viagem a dois...sei lá! Seja criativo!
Ele só quer programinhas caseiros. Rosas? Ele diz que já te deu muitas no passado...é doce passado.

Na boa, a sociedade nos impõe muitas regras que as vezes não condiz com o que realmente pensamos e queremos, e eu te digo: Eu não nasci pra isso!
Não nasci pra lavar cueca de ninguém, nem fazer capricho de marmanjo nenhum que não sabe dar valor pra uma mulher de verdade.
Tá sentindo falta da mamãe? Vá morar com ela então.

Dou amor, dou carinho, dou atenção e apoio pro que precisar. O que não dou, nem vendo é a minha alma pra ninguém. Nem vou deixar sociedade hipócrita nenhuma estragar meus sonhos com uma “vida segundo os padrões”.
Eu não sou padronizada e nem fui fabricada em série pra viver o que dá certo pra todo mundo. Detesto isso.
Padrão é pra quem gosta de viver a vida a risca, é pra quem deixa de seguir seus instintos pra ir atrás do que é mais seguro. E o que é seguro nessa vida?
Não to dizendo que casamento não dá certo. Porque dá sim!
Pra mim é que não deu...mas eu sou um caso a parte.

Talvez um dia eu mude de idéia, mas agora eu não quero o eterno, eu quero o romance. Eu não quero duas escovas de dente, eu quero dois sorrisos, dois olhares, dois pensamentos, duas lágrimas, dois suspiros, dois corações que mesmo não estando lado a lado estejam juntos. Isso é compromisso!

                  Lívia Soares