terça-feira, 26 de julho de 2011

Liberdade com preço

   "Novidades jorram pelas veias da sociedade humana como drogas alucinógenas, provocando tumulto. Às vezes, doença: adoecemos da vertigem, da aflição das escolhas, e na diluição dos valores (que valores?).
...Quem vai nos ajudar a discernir, ou obrigar a escolher _ se somos tão livres? O deslimite pode se tornar uma pesada carga.
   Digo que nada é inteiramente ruim se isso que me inquieta mostra que estou viva. Duvidar é estar alerta: com sorte e otimismo, ceticismo ou raiva, cada um constrói a sua teoria, inventa a sua crença e estabece os seus valores. Ou copia do vizinho, do amante, da revista, da tevê (mais cômodo).

...Dura empreitada, num momento em que tudo parece colaborar para que não se pense demais, mas se aceite um mundo de idéias e modelos prontos para servir. Somos cabides de roupas ou de idéias alheias que nada têm a ver conosco.
   Família, escola e sociedade deviam nos ajudar a desenvolver o distanciamento crítico e a capacidade de avaliar _ para poder escolher . Mas embora nossas escolas se queiram tão modernas, não é o que em geral acontece. Pensamento independente , curiosidade, questionamento estorvam e assustam pais e professores.
Preferimos deixar como está e nivelar por baixo.
   É como nos tornamos membros da vasta seita da mediocridade."



Livro-A riqueza do mundo (Lya Luft)